terça-feira, 29 de junho de 2010

Três: Embaixo D’água [mare di lacrime]

Não queria abrir os olhos, a água era salgada
Também não queria mais lutar
não sabia se subia à superfície ou se afundava de vez
Mar de lagrimas...
A água era tão abundante, que não parecia sair dos seus olhos
E não... não saía mesmo... era um lago à sombra do castelo
Mas à sombra do castelo não havia lago
Nem ao menos tinha sombra naquele dia
O nada realmente incomodava
E a água estava fria de mais
Com o peito congelado ele decidira afundar
Descia lentamente ao fundo do lago
E em seu caminho sentia dores e ardia os olhos
A água o machucava
E ao chegar ao fundo do lago, um espinho furou seu pé
despertando-o para aquele que seria seu ultimo suspiro
Mas algo gritava a beira do lago
Ele ouvia uma voz feminina gritando:
“ não se vá, volte! , não me deixe...
cuida de mim, na há mais nada escondido
atrás do muro, ele caiu... somos nós... volte!!!”
então com o pouco fôlego que lhe sobrava
ele deu um forte impulso com seus pés machucados
e subiu...